19 novembro 2010

Kinsey wannabe

Pá, a sério. Uma pessoa quer ir às aulas, até se esforça por aprender, e depois vai-se a ver e dá nisto.

Hoje levantei-me cedo, cheia de boas intenções e de vontade de fazer algo de útil desta vida. E cheguei à Aula Magna do Palazzo Nuovo a horas mais ou menos decentes, se bem que a aula já tinha começado.

Estranhei uma sala com capacidade para 430 pessoas estar quase cheia às 10h da manha de uma 6ª feira, realmente estranhei. Percebi logo que alguma coisa de muito estranho se devia estar a passar ali. E devia ter confiado nos meus instintos de estudante com muitos anos de experiência... Psicologia da Comunidade não é assim tão apelativo. Muito menos de repente e a meio do semestre.

E à medida que o italiano do homem que estava sentado em cima da secretária do professor se foi entranhando no meu cérebro (tanto quanto uma língua estrangeira se consegue entranhar num cérebro com 5 horas de sono em cima) fui-me lentamente apercebendo de que não era por acaso que era um homem e não a professora do costume a dar aquela aula hoje. E que não era por acaso que a sala estava cheia de estudantes sorridentes. Sim, estudantes sorridentes dentro de uma sala de aula, às 10h da manhã de uma 6ª feira.

E por fim o meu cérebro fez o clique final. "&%$£°#, esqueci-me que esta semana trocam os módulos, e portanto os horários."

E percebi.

"Isto não é Psicologia da Comunidade... Isto é uma aula de Psicologia do Comportamento Sexual."

E eu até sou uma pessoa tolerante, interessada e tudo o mais. Não faço parte (graças a deus) daquele grupo idiota de pessoas que aos 21 anos ainda se riem à socapa quando um professor diz "pénis" numa aula.
 Mas isto é demais até para a minha mente aberta. Ainda nem são 11h da manha e já levei com uma enxurrada de "lubrificação vaginal", "ânus", "líquido seminal", "excitação", "fazer deslizar a glande pelo pénis", "fases da relação sexual", "vaginismo", "carícias orientadas pela libido", "ejaculação precoce" e outros que tais.

Ainda tenho as tostas com queijo fresco à volta no estômago e ja aprendi que "o orgasmo feminino é uma contracção involuntária, arrítmica e precisa no tempo dos músculos da vagina" e que "as raparigas não devem confundir o orgasmo com o máximo de prazer que já tiveram - pode não ser o mesmo".

Caramba, isto não é psicologia do comportamento sexual - isto é educação sexual para miúdos de liceu, e daquela piorzinha.

Destaco só por último aquela frase que vai com toda a certeza martelar-me o cérebro até ao suicídio: "A maior parte das raparigas sente prazer, seja físico ou psicológico, ao sentir o pénis do seu companheiro a movimentar-se dentro da sua vagina".

Porra... Que bela maneira de acabar com a magia ainda antes da hora de almoço.

3 comentários:

  1. Estão a namorar na boca!!! WEEEEW, ca nojo!!!!

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  2. Bela maneira foi de aumentares as visitas aqui ao teu blog!
    " ah e tal, vou escrever um post sobre o que me aconteceu hoje...!"
    TRETAS, tudo Marketing!

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  3. Vaginismo... É tão bonito de se dizer... :)
    E se fores sopinha de massa ? ish...

    dia 26 ou dia 29 vou ter uma aula de fisiologia sobre função eréctil? queres trocar ? :P

    tenho saudades =)

    vai continuando a escrever muito!

    Magui

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