18 dezembro 2013

Toma que é para ver se aprendes a não fazer gordices

Estava a guardar-me para o Natal para poder entrar em modo unleash-the-kraken e comer todos os chocolates e iguarias óptimas que surgem nesta altura e das quais me proíbo mentalmente durante o resto do ano.

Dado que me vou embora da Escócia amanhã, e porque ia oferecer um a cada um dos meus colegas de laboratório, resolvi abrir hoje as hostilidades e oferecer a mim própria um mini-ursinho de Natal de chocolate Lindt. (De notar que estava mentalmente a babar-me por chocolate Lindt para aí desde Julho.)

A minha reacção quando finalmente desenrolo o papel de prata do ursinho, lhe dou uma dentada na cabeça, e me apercebo que afinal o ursinho é oco quando eu pensava que era um daqueles de chocolate maciço:


02 dezembro 2013

Sabes que estás no Reino Unido quando

a primeira coisa que as pessoas fazem quando entras numa sala é perguntar se queres um chá. Isso para começar.

Depois disso: tu aceitares, fazerem-te um chá, e imediatamente (e sem te perguntar nada) despejarem 3 litros de leite lá para dentro.

25 outubro 2013

Medula

É de facto uma seca receber e reenviar e-mails com pedidos de ajuda de pessoas à procura de dadores de medula óssea. A pessoa hesita sempre entre o querer reenviar (porque "se fosse alguém próximo...") mas ao mesmo tempo não querer entupir as caixas de e-mail dos amigos com pedidos que às vezes até parecem duvidosos.
 
O irritante no meio disto tudo é que tudo isto poderia ser evitado se toda a gente se INSCREVESSE COMO DADOR! É tão simples, tão rápido e pode fazer uma diferença TÃO grande que não percebo como é que ainda não é obrigatório!

Ok, percebo... mas pronto. Ainda há um grande preconceito à volta do tema; as pessoas acham que é muito doloroso, e que é certinho que vão ser escolhidas, e etc. 

A verdade é que tornar-se dador é mais simples ainda do que dar sangue - é só tirar uma pequena amostra de sangue (não é preciso ficar ali meia hora deitado na sangria e depois ir morfar pães de leite à saída) e preencher um curto questionário. SE entretanto aparecer alguém compatível, a pessoa é chamada e são feitos mais testes, e só depois disso é que se sabe se de facto se vai servir de dador. No caso de se ser, tem-se o privilégio de ajudar a salvar uma vida (quantas pessoas é que podem dizer que já salvaram uma vida?).

Se forem dadores de sangue basta dizerem que se querem inscrever como dadores de medula da próxima vez que forem dar sangue - é só preencher um questionário rápido.

Se ainda não são dadores de sangue... vão ser!


11 outubro 2013

Fazer uma tese é o seguinte

as outras pessoas: "então como é que está a correr a tese?"

a minha reacção:
image















a minha resposta:
 https://i.chzbgr.com/maxW500/7746280704/h05E1656F/


o que eu sinto que a minha tese me quer fazer:
Shhhhh, it'll be all over soon
"ssshhh... it'll be over soon..."


o que eu quero fazer quando entregar a tese:
http://24.media.tumblr.com/40105d45f88827fea45754fcb560c0a1/tumblr_mhht74j24W1s49x9io1_400.gif

10 outubro 2013

30 agosto 2013

Science, bitch!

Escrever uma tese de mestrado é um processo muito lindo na vida das pessoas.

Acabei de citar um artigo escrito por Wang, Tu, Liu, Yeh & Hsu.

Estou na dúvida entre acreditar que isto são de facto nomes de cientistas, ou render-me às evidências de que alguém no auge da bebedeira se decidiu registar com um nome composto apenas por sons de movimentos de kung-fu.

03 agosto 2013

Já não se escrevem cartas de amor.

No outro dia tive um daqueles eventos pseudo-familiares-pseudo-sociais onde reencontrei uma senhora belga que conheci vagamente há uma vida atrás. Euzinha, num daqueles dias em que as minhas capacidades sociais pareciam ter derretido com o calor, tentei esconder-me entre os pastéis de bacalhau e a quiche de bacon e cogumelos, mas eventualmente acabou por chegar o temível momento do "então e tu o que é que andas a fazer?".

No momento em que esbarrei com ela nas saladas a minha mãe apareceu miraculosamente do nada, encetando a conversa ao comentar o facto de eu ter de sair mais cedo do evento por ter uma festa nessa noite. Eu aproveitei a deixa e dediquei-me à salada de beterraba, fingindo que não era nada comigo, mas pelo contexto percebi que a senhora devia ter perguntado à minha mãe se eu ia com o meu namorado, porque a minha mãe respondeu: "Não não, o namorado não está cá".

Era portanto comigo. A senhora dirigiu-se então directamente a mim com um sorriso e perguntou: "Comment s'appelle tu petit ami?".

Devo dizer que fiquei ligeiramente surpreendida. Acho que há muito tempo que não me perguntavam o nome de alguém, só para saber e sem necessidade decorrente do contexto social. As pessoas já não perguntam os nomes das pessoas, perguntam o que é que as pessoas fazem. Rendi-me então às evidências de que não iria escapar a este encontro-de-terceiro-grau, larguei o prato e enfrentei a coisa de frente. "Tiago."

- "Tiago. Hmm. Et où est Tiago?"

Aí a minha mãe interveio para me safar do francês, esquecido algures no 11º ano.

- "Dans l'Écosse."
- "Ah, oui. En vacances?"
- "Non... Il vit là."

Nisto a senhora dirigiu-se a mim outra vez:
- "Ah... Mais et comment parlez vous?"

Eu encolhi os ombros, contive um sorriso e disse apenas:
- "Internet."

E a isto a senhora franziu as sobrancelhas e respondeu com um ar ligeiramente indignado:
- "Ah... Mais c'est pas l'amour, l'internet!!"


Minha senhora. Com todo o respeito: se o amor não é isto, isto mesmo, então não sei que lhe diga. Porque sabe, é fácil estar-se bem quando tudo está bem. Mas que esteja tudo bem quando as pessoas estão (muito) mais tempo longe do que perto, isso sim, tem que se lhe diga. Não me interprete mal - olhe que eu também não acho muita graça a relações à distância (apesar de disfarçar muito, muito bem). Mas é que é-me mais fácil estar com ele, apesar de nunca estar, do que não estar. Está a ver o paradoxo? Pois, é aí mesmo que reside o amor. No paradoxo. Nos "eu sei que isto não faz sentido nenhum, mas...". Compreende?

Repare: quer eu queira quer não, sou uma pessoa que precisa de pessoas. E por isso às vezes custa-me muito não o ter comigo para me dar (por mais que me custe admitir) a atenção de que preciso. E claro que eu, sendo rapariga, consigo tornar a mais simples das situações num caos emocional do qual depois não sei sair. Está a ver, não é? Mas ele sabe. Ele, que se for preciso consegue ser a pessoa mais infantil da sala, tem ao mesmo tempo a capacidade de gerir os meus (nossos?) desaires emocionais com uma maturidade e uma racionalidade muito superiores às minhas. E isso torna sempre as coisas um bocadinho mais fáceis de suportar.

Digo-lhe mais: odeio o skype. Odeio o toque daquela merda, aquilo irrita-me até mais não, odeio o design do software, odeio tudo. Odeio especialmente o facto de falar com as pessoas, desligar, e depois perceber que tenho ainda mais saudades do que tinha antes de começar a chamada. Já viu no que me fui meter? "Mas isso não faz sentido nenhum." Pooois. Eu sei, minha cara. Mas é que este amor, o meu amor, não faz sentido nenhum.

E sabe que mais? Tenho 23 anos. Sou estudante. Consequentemente, não sou rica. E olhe que bilhetes de avião para Edimburgo ainda são coisa para roçar o carote - tudo bem que para mim, que não sou rica, um bilhete de autocarro a 1,40€ também já roça o carote, mas pronto, a malta amanha-se. Mas é que, repare: se eu sei que nos vamos ver dia 15, dia 5 já começo a ser feliz. Já pareço o Principezinho, eu sei, mas é verdade, garanto. Não consigo deixar de sorrir e fico uma pessoa muito mais fácil de aturar, acredite. E quem diz dia 5 diz mesmo dia 15, na viagem de autocarro que separa o aeroporto da estação. Aí, minha amiga, sou pessoa para estar tão feliz tão feliz que não consigo estar quieta, meto conversa com estranhos (já aconteceu) e passo o caminho todo a sorrir para a paisagem como tivesse fumado uma. E quando finalmente desço do autocarro e o vejo ali à minha espera não me esqueço da mala (deuzmalivreaminhavidatodanumamala), mas esqueço o suposto decoro social e esqueço que o resto do mundo existe, porque todos os músculos do meu corpo são activados por uma espécie de mecanismo fight-or-flight que me obriga a atirar-me para cima dele num abraço que me relembra porque é que fiz 15 horas de viagem. E eu nem sou uma pessoa de manifestações públicas de afecto, veja lá isto.

Sabe que já estivemos 2 anos separados? Namorámos um ano, depois acabámos durante dois, e há 7 meses decidimos recomeçar. "Isso não faz sentido nenhum", não é? É. Porque agora estamos longe, longe como não estávamos dantes. E eu sou jovem e podia facilmente ter esquecido uma relação antiga e ter-me concentrado em conhecer pessoas novas, de preferência que vivessem em Lisboa. E se calhar a senhora ainda me vai dizer que ele nem é o mais perfeito, o nota 10, o irritantemente-bonito. Mas, perdoe-me a lamechice, é o mais inteligente, o mais fixe, o mais giro, o mais querido, o mais cómico, o mais compreensivo, e o que me faz sentir mais sortuda que a Kate Middleton.

Portanto sim, c'est ça l'amour. Mais: o amor pode ser o que nós quisermos, caraças, desde que haja -precisamente!- amor. E, minha senhora, olhe que isso inclui a internet.


Almoçageme

No mercado do costume, a comprar alfaces com a minha mãe.

senhora das alfaces: "Oh, esta é que é a sua menina?"
mãe: "É, pois!"
s.d.a.: "Ai, é tão linda... Parece uma rainha! Que linda... Parece aquela que teve agora o bebé... a Kate!"
mãe: *ri-se ironicamente*
eu, entredentes: "Fazes favor compras mais uma alface a esta senhora."

31 julho 2013

Oh, raios.

Error de base: deixar que os amigos com que estou a passar férias percebam que estou com o período.

Começou com um simples e irónico: "Não te sentes pressionada? É menos uma oportunidade, estás cada vez mais perto do limite, um mês de cada vez..."

Continuou com: "Um dia se calhar vais olhar para trás e pensar: «Bolas pá, agora dava-me jeito aquele óvulo que desperdicei enquanto estava em Olhos de Água naquele Verão...» "

Agora de meia em meia hora olham para mim e dizem qualquer coisa do género: "Sabes o que é frustrante? É que este podia ser aquele que ia ganhar o Prémio Nobel. E agora só te sobram os pedreiros e assim."

26 junho 2013

qual Pavlov, qual Skinner

Acho que o meu carro está a tentar fazer algum tipo de experiência psicológica comigo. De há uns dois meses para cá que sempre que lhe toco apanho um choque tão grande que até faz faísca. Sem-pre. A entrar, a sair... é-lhe indiferente. Agora sempre que tenho de lhe tocar até choramingo.

Não sei se deixei algum livro sobre condicionamento operante esquecido no porta-bagagens ou assim, mas a verdade é que começo a desconfiar que ele andou a ler umas coisas e está a tentar fazer com que eu ande mais a pé.

24 junho 2013

Esta vai ser mais uma noite de bruxismo acerbado

O que é esta fome de coisa nenhuma?

Porque esta noite tudo me sabe a pouco. O que é esta fome que nem massa com ovos e queijo nem chocolate nem um cigarro nem um telefonema nem uma pastilha elástica nem várias ideias conseguem curar?

Que vontade de mastigar alguma coisa que não sei o que é, que não sei sequer se tem forma. Rumino e rumino cérebro adentro, e quanto mais mastigo a pastilha mais inatingível se me torna o conceito. Fome de quê?

O que é que eu quero que não posso ter? O que é que me está a causar tiques nas mãos e inconstância cardíaca?

24 maio 2013

assim de repente: Berlim, Haia, Dundee, Turim, Delft, e Espanha em geral

às vezes tem graça
às vezes é fixe
ter vozes em cada canto do mundo
ter o skype sempre ligado, nunca se sabe
enviar postais, receber miminhos no correio
saber que se tem tecto e chão e amor além-fronteiras
e correr para abraços em aeroportos e estações de comboio
e atirar-me para cima das pessoas derrubando-as em beijinhos e asneiradas
e olhar para o céu em latitudes diferentes e sentir que aquela vai ser sempre a minha casa,
desde que estejam as pessoas.

no entanto, caralho (e agora permitam-me as asneiras)
às vezes que se fodam os aviões, que se fodam os comboios,
que se foda o site da easyjet sempre em sugestão automática,
que se foda a agenda sempre 3 semanas à frente, o cérebro sempre a contar feriados,
os euros que sobem e descem na conta mais do que deviam podiam,
que se foda o skype, e o viber, e o whatsapp,
porque o que eu queria mesmo mesmo mesmo,
mesmo,
era sair de casa e caminhar 10 minutos em passo apressado,
de phones nos ouvidos e o cabelo ainda meio húmido a secar ao sol,
e passar as esquinas do costume, os cheiros do costume, o trânsito do costume,
e empurrar a porta de madeira pesada fazendo-a chiar como de costume,
e enviar pelo ar os beijinhos do costume enquanto avanço até à sala do costume,
e deitar-me no sofá do costume, de pernas para cima porque-eu-é-que-mando-aqui,
e saber que cheguei a casa apesar de nunca ter tido a chave.

(que é como quem diz, outro sítio qualquer, desde que estejam as pessoas)


07 abril 2013

Alvalade é tão bom

nós as duas a conversar animadamente no café

senhor com idade para ser nosso pai aproxima-se de copo na mão: "Desculpem incomodar, mas é que estão ali a queixar-se de que vocês já estão aqui há muito tempo só com um café..."

 ela: "Ah... Mas queria ocupar a mesa, era?" (olha em volta com ar confuso para as várias mesas vazias ao nosso lado)

 ele: "Não não... Queria mesmo era pagar-vos uma bebida!"

 eu: ...

 ela: "Deixe estar, já estávamos de saída."

03 abril 2013

Deus e outras coisas

Provavelmente devido ao "ambiente" geral da passada semana, dei por mim a reflectir intensamente sobre a temática católica. Não fui criada num lar propriamente religioso, mas por diversos motivos acabei por decidir baptizar-me com 17 anos. Apesar disso, e por decisão consciente, não entro numa igreja com outro propósito além do turístico há 6 anos. Este paradoxo só prova que este é um tema que me é tão querido quanto temido - e ter finalmente tirado algum tempo da minha vida para reflectir sobre isso foi abrir a caixa de Pandora.

Mas enquanto chego e não chego a uma conclusão, recomendaram-me este vídeo. Trata-se do Ricardo Araújo Pereira a falar numa conferência na capela do Rato sobre a questão de Deus, a sua experiência pessoal enquanto ateu, e da relação da religião católica com o riso.

São três vídeos, este é só o primeiro. Mas já se sabendo que o Ricardo Araújo Pereira é um génio humorístico precisamente pela inteligência e conhecimento com que fala dos temas que aborda, vale mesmo a pena ver.

01 abril 2013

Sem querer dei de caras com este post em rascunho, nunca publicado não sei porquê. Fevereiro 2011



Quem vê o vídeo sabe mais ou menos o que pareceu. Quem assistiu ao vivo sabe a que soou na realidade. Mas só quem participou sabe o que foi. Arrepio na espinha por assistir ao vivo e a cores à prova da evolução musical de cada um daqueles a que posso hoje orgulhosamente chamar Amigos. Engolir em seco para não chorar de emoção no palco. Sentir um orgulho avassalador por todo o trabalho árduo culminar neste concerto - não só por ser n' A Escola, mas por nos ter sido dada "carta branca" para fazermos o que quiséssemos enquanto grupo instrumental. Ao fim de não sei quantos anos de trabalho, fazer um concerto a que os professores e directores da nossa escola assistem e que os faz dizer-nos que temos qualidade suficiente para ter "carta branca" e assim fazermos o que quisermos no concerto de encerramento da temporada... e saber que esse vai ser o meu último concerto enquanto aluna oficial do Instituto Gregoriano de Lisboa... e depois saber que correu como correu... É um enorme "...and they lived happily ever after".

Acho que das coisas mais positivas que Erasmus tem é que se passa a ver tudo sob outra perspectiva. Sem as correrias do dia-a-dia, sem os ensaios, sem as reuniões e praticamente sem aulas temos tempo para olhar para dentro e fazer balanços, balanços não planeados de todos os aspectos da vida. O que significou aquilo, o que mudou, o que se manteve. O que se quer a seguir. A família. Os amigos. Os amores assolapados, as paixões platónicas. O que ficou por dizer. O que se quer fazer quando se voltar.

O porquê de muitas coisas volta, e a vida parece que se endireita atrás de nós.

Sem querer agoirar, acho que se morresse agora morria feliz. Não por ter atingido tudo o que quero na vida (que eu defendo que quando se atinge tudo o que se quer na vida é sinal de que se perderam os objectivos) mas porque cheguei a uma fase em que atingi uma tranquilidade de que só se sabe que se precisa quando se atinge. Disse-me um amigo quando me viu agora em Dezembro que lhe pareço "mais mulher". Fiquei a pensar no significado da expressão (isso é outra coisa que acontece quando se cresce - pensa-se demasiado). Não era certamente pela forma como me viu vestida (quanto muito seria o contrário), tinha de ser pela minha forma de estar. Estou mais calma. Estou tranquilamente em paz, porque inconscientemente e sem o planear de repente tive tempo para me resolver a mim própria, para cortar caudas penduradas do passado.

Uma vez um senhor mais velho, sabendo que eu estudava música, perguntou-me qual era o meu compositor favorito. Apesar de achar uma pergunta perfeitamente sádica (é como perguntar a uma criança se gosta mais do pai ou da mãe) respondi automaticamente "Tchaikovsky". E ele esboçou um meio sorriso e respondeu-me, com a calma das pessoas adultas: "Quando eu era mais novo também costumava dizer que era Tchaikovsky... Agora prefiro Bach." E a tranquilidade assegurada na resposta dele deixou-me a pensar... Será que à medida que crescemos vamos ganhando uma segurança nas coisas que são realmente importantes - uma segurança que nos permite escolher passar mais tempo em casa do que a explorar o mundo, que nos faça escolher um calmo e seguro Bach em oposição a um emocional e inquieto Tchaikovsky?

Deve ser isso - tem de ser isso. As pessoas associam a inquietude às crianças e a calma aos adultos. O problema é que eu nunca achei que os "adultos" (na concepção infantil da palavra) fossem calmos - acho-os chatos. Não arriscam, não cometem erros, não se deixam levar. Eu não quero ser isso. Sempre prometi a mim mesma que ia ser uma adulta "fixe". Que nunca ia deixar de fazer o que me apetecia só porque alguém me dizia que "tem de ser", porque "parece mal". E agora que dei por mim "mais mulher" tenho medo de me deixar levar no entorpecimento dos que já são "demasiado velhos para essas coisas".

No fundo acho que há que assumir o crescimento e aproveitá-lo para tomar decisões mais acertadas no futuro. Mas isso não quer dizer que se deixe de arriscar.

28 março 2013

Se isto fosse nos EUA a minha mãe já tinha sido presa

Depois do clássico "Estás demasiado gorda para ter filhos" - frase que eu já podia ter tatuado dadas as vezes que já me foi dita - a minha mãe acabou de me dizer que eu quando voltei de Erasmus estava tão gorda que parecia a Adele.

Amor de mãe <3

19 março 2013

Aqueles dois momentos da manhã duma pessoa

O momento em que uma pessoa vai a acelerar até ao local da reunião, estaciona o carro longe para burro, faz o percurso até ao edifício a correr em saltos altos debaixo de chuva, chega ao edifício ensopada, mas consegue estar a bater à porta do gabinete às 10h em ponto, a hora combinada.

E depois aquele outro momento em que o gabinete está vazio, se pergunta pela pessoa em causa e lhe respondem: "Ah, só vem lá para as 11h, 11h30..."

E a pessoa, com o seu ar de cachorrinho ensopado, contesta incrédula: "Mas ela tinha-me dito que estava cá às 10h..."

Ao que lhe respondem, a rir sadicamente: "Ah ah ah ah... Isso é o que ela diz."

16 março 2013

A minha dúvida é

se 2012 teve You Can't Win, Charlie Brown no São Jorge, António Zambujo na Gulbenkian e Ornatos Violeta no Coliseu, como é que 2013 vai superar isto?

14 março 2013

IMC

Não vou apresentar o conceito, vou deixar que (a autora d')o conceito se apresente. Digo-vos só que foi uma novidade que me soube pela vida, não só pela ligação emocional que tenho com as pessoas que o desenvolveram, mas também pela frescura e honestidade dos conteúdos. A IMC tornou-se hoje em dia num dos guias da minha vida socio-cultural. (pfff, como se eu tivesse uma...)


"Numa sociedade em que o fast food cultural impera, impõe-se a necessidade de voltar às raízes. Esta revista online surge no seguimento dessa ideia, tentando revitalizar a cultura portuguesa, ou por outra, a sua divulgação. Desde que me lembro que gosto de música e cinema, tendo outras actividades culturais aparecido na minha vida com o passar dos anos. Embora não tenha dado a volta ao mundo como gostaria (quem não queria?), em parte por culpa dos mal fadados números do Euromilhões que insistem em estar sempre ao lado, já tive oportunidade de conhecer outros países e outras culturas e, se aos 23 anos, considero que Portugal é um dos países mais ricos nesta área, o que dirão as pessoas que andam por cá há mais tempo?

O problema não é a falta de cultura portuguesa, é a falta da sua divulgação e consequentemente, a não valorização da mesma. Quem diz cultura, diz pessoas. Cada vez vivemos mais fechados nas nossas rotinas e preocupados com os nossos problemas. Não querendo de todo desvalorizar a actual situação de Portugal, o país já passou por piores ocasiões, os nossos pais, os pais deles e assim sucessivamente não tiveram vidas fáceis e sobreviveram. Noto uma enorme diferença entre a minha infância e os dias de hoje, onde nem paramos para olhar para quem está ao nosso lado e, cada vez mais com negras previsões com que pintam os nossos futuros, esses simples gestos são e serão importantes. Decidi divulgar esta ideia a amigos que sei que partilham da mesma opinião, e assim nasceu a IMC.

Não vos prometo que seremos a melhor revista do mundo, nem de longe a mais profissional, até porque nenhum de nós é jornalista, mas tentaremos afincadamente tornar este espaço um local de divulgação cultural e social, para que saudavelmente o Índice de Massa Cultural possa atingir níveis de obesidade mórbida!"

IMC - Índice de Massa Cultural
 


12 março 2013

A culpa é da Mega FM

Há bocado dei por mim a cantarolar uma música qualquer, e 30 segundos depois apercebi-me de que era Nicki Minaj.

O suicídio é a única saída. É uma questão de honra familiar.

28 fevereiro 2013

Ou eu sou de facto deficiente, ou o dia foi muito longo, ou o prémio era muito mau

Aquele momento em que recebo um e-mail de uma empresa parceira da associação com que trabalho a dizer-me que tinha ganho o sorteio em que participei, e eu não me consigo lembrar qual era o prémio.

24 fevereiro 2013

só porque hoje é noite de Óscares

e porque este é um ritual que dura cá em casa desde 2001, veremos que genérico se acrescenta a esta lista esta noite.

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(roubado daqui)


19 fevereiro 2013

Um dia

vou escrever um livro sobre como atravessar a praça do Campo Pequeno sem cair nas emboscadas daqueles senhores chatos que pedem dinheiro para as criancinhas/velhinhos/doentinhos/outros inhos. Vai ser um best seller.

17 fevereiro 2013

S&M

"Eva Braun revelou nos seus diários que Hitler tinha comportamentos sexuais que revelavam tendências sadomasoquistas."

No shit, Sherlock. Não era preciso ter vindo a Berlim para saber que o Adolfo tinha um fraquinho por ver malta a sofrer.

13 fevereiro 2013

Campo Pequeno

senhora do restaurante: "É só?"
eu: "Sim, obrigada."
senhora: "Aqui tem. Bom apetite!"
eu: "Igualmente!"
senhora: olha para mim indignada
eu: olho para o chão e viro costas lentamente



12 fevereiro 2013

Porque não quero que vos falte nada

"Para sempre a frustração de não poder (d)escrever Lisboa. Este rio tem mais para oferecer do que os outros. Este céu tem mais promessas. Promessas de dias bonitos em que sentiremos que podemos dar-nos ao luxo de nos encostarmos num banco de jardim a ler o jornal enquanto vemos Lisboa passar, escorregar colina abaixo, com a calma da lava, num brilhante escuro mas não incandescente, diária, lenta e assertiva, como se soubesse que cada dia é mais um quotidiano que continua a contar."

[27 Set 2011 - Santa Luzia?]