29 setembro 2010

Esperanto es my future

So queria  informar que o meu italiano estava a ir lindamente, até conhecer um grupo de espanhois muito simpàticos que me arruinaram o esquema todo. Agora misturo 'gracias' com 'grazie', 'escuchar' com 'sentire' e 'mucho' com 'più', e ainda consigo enfiar uns 'sorry' là pelo meio. O meu dialecto actual é provavelmente a versao de Esperanto mais proxima de algum dia vir a ser falada.

Mas como ainda estou nos primeiros dias nao me queixo, até porque me acolheram ontem no seu tradicionalissimo "botellon" (tradicionalissimo mas là da terra deles) e estou à procura de casa com 3 deles.

Por falar em tradicionalissimo: italianos, que raio de ideia é esta de comer uma pratada de massa como entrada às refeiçoes?! Turim é plana, nao hà colinas ao pontapé como em Lisboa... Pàrem de me tentar engordar, que aqui quem rebola nao vai a lado nenhum.





PS- E sim, esta versao de escrita com os acentos divertidos vai ter de durar pelo menos até eu sair desta residencia universitaria. Pois, eu nao adiro ao acordo ortogràfico, mas acho muito mais giro escrever assim.

27 setembro 2010

Claro que sim.

Claro que os supermercados em Turim fecham às 19h30. E claro que quando eu consegui finalmente descobrir um nesta zona eram... 19h32.

Ora bem, jantar do primeiro dia:
Garrafa de agua, check.
Bolachinhas de avela, check.
Maça trazida de Portugal (graças a deus), check.

Custo total: 0.90€.

Adoro maquinas de venda automatica.

Grace Kelly wannabe

Entretanto hoje a minha prima Margarida, 4 aninhos e já muita sabedoria naquela cabeça, perguntou-me se eu ia para Itália "para ser princesa e casar com um príncipe".

Eu lá lhe tentei explicar que era difícil, que eu ia mais para estudar, mas ela deve ter ficado a pensar que eu tenho as prioridades todas trocadas.

Pois, se calhar tenho. Desde quando é que a psicologia paga contas a alguém?

Realmente não há nada como a perspectiva de uma criança para pôr ordem na cabeça de um adulto. Venha de lá esse castelo e o cavalo branco!

26 setembro 2010

a 29 horas da situação...

...sinto-me uma noiva a 2 dias do casamento, em pânico, com tanta coisa para tratar em tão pouco tempo que fico meio tonta só de pensar nisso. A diferença é que eu não tenho de pensar em flores ou no que dar de comer aos convidados.

Eu é mais:

"É muita roupa para caber numa só mala. Acho que me estou a esquecer de alguma coisa, e de certeza que é vital e que vai decidir se tenho tecto em Turim ou se estou condenada a uma ponte sob o rio Po nos próximos 10 meses. Será que 23000 pares de meias são suficientes? Aposto que está frio lá. Mas por via de dúvidas, levo mais 40 tops de verão, só para ter a certeza. Despedi-me de toda a gente? Falta enfiar os medicamentos na mala. Onde é que eu deixei a agenda? ONDE?!"

Muito stress, muito querer deixar tudo perfeitinho aqui, para que depois possa correr tudo perfeitinho lá.
E muitas vezes aquela sensação de "vou estar aqui ou fazer aquilo pela última vez em muito tempo".

Mas não me queixo, até agora tudo endireitado. Excepto o meu cérebro, claro, mas não há problema, ele depois recupera no avião. Se a senhora do check-in não me cobrar 200€ pelo excesso de bagagem.

Hm... Algo me diz que eu vou dar uma péssima noiva.

18 setembro 2010

Os "não-músicos" * que me perdoem...

...mas parece-me que a tarefa pré-Erasmus mais árdua com que me vou deparar não será, ao contrário do esperado por todos (incluindo eu própria), enfiar todo o meu guarda-roupa em duas malas com menos de 20 kgs, mas sim gravar para o computador todos os cd's originais de música erudita que foram caindo cá em casa ao longo dos anos.


* Essa raça que despreza as pessoas que gastam dinheiro a comprar álbuns originais e que comenta "Tsc, músicos!" de cada vez que uma tonalidade surge em conversa. Sim, Fifi, esta é para ti.