Claro que, como provavelmente metade da população do mundo ocidental, tendo a associar o Natal a discussões e outros family issues (adoro-os, quem não os tem?). Mas nem é por isso. É mesmo porque me irrita a parvoíce consumista que vem ao de cima nas pessoas nesta época. Eu ainda percebo que se ofereçam coisas bonitas aos familiares ou amigos mais próximos. O que não compreendo de todo é a necessidade de comprar prendas a pessoas de quem não se gosta verdadeiramente, só porque "tem de ser", porque "parece mal não dar nada". A mim o que me parece mal é a hipocrisia de não ir com a cara do vizinho do 5º esquerdo, mas ainda assim gastar 6€ numa caixa de bombons para lhe oferecer, que ele vai provavelmente oferecer à vizinha do 2º direito, que por sua vez a vai seguramente reciclar numa bela prenda para a porteira, que num gesto de enorme gratidão ma vai oferecer mais tarde como prenda de anos. Para quê? Não seria tudo muito mais fácil e honesto se nos limitássemos todos a um simples "Boa tarde!" quando nos cruzássemos no elevador?
E irrita-me que a caridade só esteja na moda nesta altura. O mundo seria um lugar melhor se as pessoas se lembrassem de ajudar os outros durante o resto do ano e não só durante estes 15 dias, que basicamente servem para nos aliviar a consciência durante os outros 350 (ou 351, em anos bissextos! Vade retro!).
Mas o que me irrita mais é receber mensagens a desejar boas festas de pessoas que literalmente não me dirigem a palavra durante o resto do ano. Pessoas que eu nem sabia que ainda tinham o meu número. Pronto, eu sei que as mensagens são à borla, e até agradeço que se lembrem de mim para fazer parte do nobre gesto de enviar a mesma mensagem impessoal às 126 pessoas da lista de contactos, mas cheira-me que se quisessem realmente que eu tivesse umas festas felizes me ligavam a combinar um café ou assim... Não sei, digo eu.
Basicamente: não engraço com o conceito de Natal, pronto. São coisas da vida. Podia ter-me dado para pior.
No entanto, e como nem tudo são desgraças, engraço muito com a parte que envolve ficar quentinha dentro de casa a ver a chuva cair, conscientemente a ignorar o facto de ter trabalho para fazer e no entanto sem alimentar quaisquer sentimentos de culpa (é Natal, ninguém leva a mal! Hmm, não era assim?). E normalmente gosto de acompanhar isso com molhar quadradinhos de chocolate preto em chá a escaldar, enquanto vejo filmes que me deixam quentinha por dentro, rodeada pelas luzes que a minha mãe insiste em espalhar pela casa (com as quais eu refilo sempre, mas que secretamente adoro). Este ano ando assim a atirar para os clássicos:
E já agora, se alguém estiver sem ideias para prendas de anos para mim (é já no domingo, é favor não esquecer!) este senhor foi o meu primeiro amor, e desconfio que há de ser o último. Se pudesse ser o exemplar original, coberto de poeira e ainda em loiro, ficava-vos eternamente grata. É só uma dica.
Este senhor, apesar de ter perdido os cabelos louros e a poeira dos salteadores, ainda vale muito a pena!!
ResponderEliminarparabéns, esse texto diz tudo o que eu penso do Natal! só falta acrescentar que há uma única coisa boa no Natal, aliás, duas:
ResponderEliminar- comer profiteroles;
- passar algumas horas da nossa vida em alegre cavaqueira a fazer as profiteroles e as bolachinhas de chocolate!!