21 outubro 2010

I do.

Dizem que, no momento em que uma pessoa está quase a morrer, vê toda a sua vida passar-lhe à frente dos olhos. Que vê tudo com clareza. Que vê as pessoas que ama. Que mesmo, mesmo antes de se morrer, não se tem medo. Que, no último momento da sua vida, uma pessoa alcança todas as respostas e toda a clareza necessária. 

Que irónico que, assumindo que esse estado é de facto atingível, só seja alcançado no derradeiro momento das nossas vidas – provavelmente quando nos vai ser menos útil. 

Talvez faça parte, para que não nos vamos deste mundo sem ter ao menos algumas respostas. Mas não deixa de me revoltar um bocadinho... Parece-me um bocado egoísta da parte dos mortos; já que não lhes serve de assim tanto, podiam ao menos facultar uma parte dessa informação aos que sobram, aos que sobrevivem e que não sabem bem como seguir em frente. 

Acho que ser Erasmus é como um casamento: para o bem e para o mal. 

E às vezes gostava que alguém me tivesse deixado um livro de instruções. 

Mas, enquanto um dos que ficou, um dos que vive para contar a história, tenho o dever de respirar fundo e de dizer para dentro: “Mas assim também não tinha piada nenhuma.”

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