18 dezembro 2013
Toma que é para ver se aprendes a não fazer gordices
Dado que me vou embora da Escócia amanhã, e porque ia oferecer um a cada um dos meus colegas de laboratório, resolvi abrir hoje as hostilidades e oferecer a mim própria um mini-ursinho de Natal de chocolate Lindt. (De notar que estava mentalmente a babar-me por chocolate Lindt para aí desde Julho.)
A minha reacção quando finalmente desenrolo o papel de prata do ursinho, lhe dou uma dentada na cabeça, e me apercebo que afinal o ursinho é oco quando eu pensava que era um daqueles de chocolate maciço:
11 dezembro 2013
02 dezembro 2013
Sabes que estás no Reino Unido quando
Depois disso: tu aceitares, fazerem-te um chá, e imediatamente (e sem te perguntar nada) despejarem 3 litros de leite lá para dentro.
25 outubro 2013
Medula
11 outubro 2013
Fazer uma tese é o seguinte
10 outubro 2013
É demasiado isto.
Tal e qual isto. Mas afinal não sou a única.
30 agosto 2013
Science, bitch!
Acabei de citar um artigo escrito por Wang, Tu, Liu, Yeh & Hsu.
Estou na dúvida entre acreditar que isto são de facto nomes de cientistas, ou render-me às evidências de que alguém no auge da bebedeira se decidiu registar com um nome composto apenas por sons de movimentos de kung-fu.
03 agosto 2013
Já não se escrevem cartas de amor.
No momento em que esbarrei com ela nas saladas a minha mãe apareceu miraculosamente do nada, encetando a conversa ao comentar o facto de eu ter de sair mais cedo do evento por ter uma festa nessa noite. Eu aproveitei a deixa e dediquei-me à salada de beterraba, fingindo que não era nada comigo, mas pelo contexto percebi que a senhora devia ter perguntado à minha mãe se eu ia com o meu namorado, porque a minha mãe respondeu: "Não não, o namorado não está cá".
Era portanto comigo. A senhora dirigiu-se então directamente a mim com um sorriso e perguntou: "Comment s'appelle tu petit ami?".
Devo dizer que fiquei ligeiramente surpreendida. Acho que há muito tempo que não me perguntavam o nome de alguém, só para saber e sem necessidade decorrente do contexto social. As pessoas já não perguntam os nomes das pessoas, perguntam o que é que as pessoas fazem. Rendi-me então às evidências de que não iria escapar a este encontro-de-terceiro-grau, larguei o prato e enfrentei a coisa de frente. "Tiago."
- "Tiago. Hmm. Et où est Tiago?"
Aí a minha mãe interveio para me safar do francês, esquecido algures no 11º ano.
- "Dans l'Écosse."
- "Ah, oui. En vacances?"
- "Non... Il vit là."
Nisto a senhora dirigiu-se a mim outra vez:
- "Ah... Mais et comment parlez vous?"
Eu encolhi os ombros, contive um sorriso e disse apenas:
- "Internet."
E a isto a senhora franziu as sobrancelhas e respondeu com um ar ligeiramente indignado:
- "Ah... Mais c'est pas l'amour, l'internet!!"
Minha senhora. Com todo o respeito: se o amor não é isto, isto mesmo, então não sei que lhe diga. Porque sabe, é fácil estar-se bem quando tudo está bem. Mas que esteja tudo bem quando as pessoas estão (muito) mais tempo longe do que perto, isso sim, tem que se lhe diga. Não me interprete mal - olhe que eu também não acho muita graça a relações à distância (apesar de disfarçar muito, muito bem). Mas é que é-me mais fácil estar com ele, apesar de nunca estar, do que não estar. Está a ver o paradoxo? Pois, é aí mesmo que reside o amor. No paradoxo. Nos "eu sei que isto não faz sentido nenhum, mas...". Compreende?
Repare: quer eu queira quer não, sou uma pessoa que precisa de pessoas. E por isso às vezes custa-me muito não o ter comigo para me dar (por mais que me custe admitir) a atenção de que preciso. E claro que eu, sendo rapariga, consigo tornar a mais simples das situações num caos emocional do qual depois não sei sair. Está a ver, não é? Mas ele sabe. Ele, que se for preciso consegue ser a pessoa mais infantil da sala, tem ao mesmo tempo a capacidade de gerir os meus (nossos?) desaires emocionais com uma maturidade e uma racionalidade muito superiores às minhas. E isso torna sempre as coisas um bocadinho mais fáceis de suportar.
Digo-lhe mais: odeio o skype. Odeio o toque daquela merda, aquilo irrita-me até mais não, odeio o design do software, odeio tudo. Odeio especialmente o facto de falar com as pessoas, desligar, e depois perceber que tenho ainda mais saudades do que tinha antes de começar a chamada. Já viu no que me fui meter? "Mas isso não faz sentido nenhum." Pooois. Eu sei, minha cara. Mas é que este amor, o meu amor, não faz sentido nenhum.
E sabe que mais? Tenho 23 anos. Sou estudante. Consequentemente, não sou rica. E olhe que bilhetes de avião para Edimburgo ainda são coisa para roçar o carote - tudo bem que para mim, que não sou rica, um bilhete de autocarro a 1,40€ também já roça o carote, mas pronto, a malta amanha-se. Mas é que, repare: se eu sei que nos vamos ver dia 15, dia 5 já começo a ser feliz. Já pareço o Principezinho, eu sei, mas é verdade, garanto. Não consigo deixar de sorrir e fico uma pessoa muito mais fácil de aturar, acredite. E quem diz dia 5 diz mesmo dia 15, na viagem de autocarro que separa o aeroporto da estação. Aí, minha amiga, sou pessoa para estar tão feliz tão feliz que não consigo estar quieta, meto conversa com estranhos (já aconteceu) e passo o caminho todo a sorrir para a paisagem como tivesse fumado uma. E quando finalmente desço do autocarro e o vejo ali à minha espera não me esqueço da mala (deuzmalivreaminhavidatodanumamala), mas esqueço o suposto decoro social e esqueço que o resto do mundo existe, porque todos os músculos do meu corpo são activados por uma espécie de mecanismo fight-or-flight que me obriga a atirar-me para cima dele num abraço que me relembra porque é que fiz 15 horas de viagem. E eu nem sou uma pessoa de manifestações públicas de afecto, veja lá isto.
Sabe que já estivemos 2 anos separados? Namorámos um ano, depois acabámos durante dois, e há 7 meses decidimos recomeçar. "Isso não faz sentido nenhum", não é? É. Porque agora estamos longe, longe como não estávamos dantes. E eu sou jovem e podia facilmente ter esquecido uma relação antiga e ter-me concentrado em conhecer pessoas novas, de preferência que vivessem em Lisboa. E se calhar a senhora ainda me vai dizer que ele nem é o mais perfeito, o nota 10, o irritantemente-bonito. Mas, perdoe-me a lamechice, é o mais inteligente, o mais fixe, o mais giro, o mais querido, o mais cómico, o mais compreensivo, e o que me faz sentir mais sortuda que a Kate Middleton.
Portanto sim, c'est ça l'amour. Mais: o amor pode ser o que nós quisermos, caraças, desde que haja -precisamente!- amor. E, minha senhora, olhe que isso inclui a internet.
Almoçageme
senhora das alfaces: "Oh, esta é que é a sua menina?"
mãe: "É, pois!"
s.d.a.: "Ai, é tão linda... Parece uma rainha! Que linda... Parece aquela que teve agora o bebé... a Kate!"
mãe: *ri-se ironicamente*
eu, entredentes: "Fazes favor compras mais uma alface a esta senhora."
31 julho 2013
Oh, raios.
Error de base: deixar que os amigos com que estou a passar férias percebam que estou com o período.
Começou com um simples e irónico: "Não te sentes pressionada? É menos uma oportunidade, estás cada vez mais perto do limite, um mês de cada vez..."
Continuou com: "Um dia se calhar vais olhar para trás e pensar: «Bolas pá, agora dava-me jeito aquele óvulo que desperdicei enquanto estava em Olhos de Água naquele Verão...» "
Agora de meia em meia hora olham para mim e dizem qualquer coisa do género: "Sabes o que é frustrante? É que este podia ser aquele que ia ganhar o Prémio Nobel. E agora só te sobram os pedreiros e assim."
26 junho 2013
qual Pavlov, qual Skinner
Não sei se deixei algum livro sobre condicionamento operante esquecido no porta-bagagens ou assim, mas a verdade é que começo a desconfiar que ele andou a ler umas coisas e está a tentar fazer com que eu ande mais a pé.
24 junho 2013
Esta vai ser mais uma noite de bruxismo acerbado
Porque esta noite tudo me sabe a pouco. O que é esta fome que nem massa com ovos e queijo nem chocolate nem um cigarro nem um telefonema nem uma pastilha elástica nem várias ideias conseguem curar?
Que vontade de mastigar alguma coisa que não sei o que é, que não sei sequer se tem forma. Rumino e rumino cérebro adentro, e quanto mais mastigo a pastilha mais inatingível se me torna o conceito. Fome de quê?
O que é que eu quero que não posso ter? O que é que me está a causar tiques nas mãos e inconstância cardíaca?
12 junho 2013
24 maio 2013
assim de repente: Berlim, Haia, Dundee, Turim, Delft, e Espanha em geral
às vezes é fixe
ter vozes em cada canto do mundo
ter o skype sempre ligado, nunca se sabe
enviar postais, receber miminhos no correio
saber que se tem tecto e chão e amor além-fronteiras
e correr para abraços em aeroportos e estações de comboio
e atirar-me para cima das pessoas derrubando-as em beijinhos e asneiradas
e olhar para o céu em latitudes diferentes e sentir que aquela vai ser sempre a minha casa,
desde que estejam as pessoas.
no entanto, caralho (e agora permitam-me as asneiras)
às vezes que se fodam os aviões, que se fodam os comboios,
que se foda o site da easyjet sempre em sugestão automática,
que se foda a agenda sempre 3 semanas à frente, o cérebro sempre a contar feriados,
os euros que sobem e descem na conta mais do que
que se foda o skype, e o viber, e o whatsapp,
porque o que eu queria mesmo mesmo mesmo,
mesmo,
era sair de casa e caminhar 10 minutos em passo apressado,
de phones nos ouvidos e o cabelo ainda meio húmido a secar ao sol,
e passar as esquinas do costume, os cheiros do costume, o trânsito do costume,
e empurrar a porta de madeira pesada fazendo-a chiar como de costume,
e enviar pelo ar os beijinhos do costume enquanto avanço até à sala do costume,
e deitar-me no sofá do costume, de pernas para cima porque-eu-é-que-mando-aqui,
e saber que cheguei a casa apesar de nunca ter tido a chave.
(que é como quem diz, outro sítio qualquer, desde que estejam as pessoas)
19 maio 2013
18 abril 2013
Motivos pelos quais a separação deve estar para breve
07 abril 2013
Alvalade é tão bom
senhor com idade para ser nosso pai aproxima-se de copo na mão: "Desculpem incomodar, mas é que estão ali a queixar-se de que vocês já estão aqui há muito tempo só com um café..."
ela: "Ah... Mas queria ocupar a mesa, era?" (olha em volta com ar confuso para as várias mesas vazias ao nosso lado)
ele: "Não não... Queria mesmo era pagar-vos uma bebida!"
eu: ...
ela: "Deixe estar, já estávamos de saída."
03 abril 2013
Deus e outras coisas
Mas enquanto chego e não chego a uma conclusão, recomendaram-me este vídeo. Trata-se do Ricardo Araújo Pereira a falar numa conferência na capela do Rato sobre a questão de Deus, a sua experiência pessoal enquanto ateu, e da relação da religião católica com o riso.
São três vídeos, este é só o primeiro. Mas já se sabendo que o Ricardo Araújo Pereira é um génio humorístico precisamente pela inteligência e conhecimento com que fala dos temas que aborda, vale mesmo a pena ver.
01 abril 2013
Sem querer dei de caras com este post em rascunho, nunca publicado não sei porquê. Fevereiro 2011
Quem vê o vídeo sabe mais ou menos o que pareceu. Quem assistiu ao vivo sabe a que soou na realidade. Mas só quem participou sabe o que foi. Arrepio na espinha por assistir ao vivo e a cores à prova da evolução musical de cada um daqueles a que posso hoje orgulhosamente chamar Amigos. Engolir em seco para não chorar de emoção no palco. Sentir um orgulho avassalador por todo o trabalho árduo culminar neste concerto - não só por ser n' A Escola, mas por nos ter sido dada "carta branca" para fazermos o que quiséssemos enquanto grupo instrumental. Ao fim de não sei quantos anos de trabalho, fazer um concerto a que os professores e directores da nossa escola assistem e que os faz dizer-nos que temos qualidade suficiente para ter "carta branca" e assim fazermos o que quisermos no concerto de encerramento da temporada... e saber que esse vai ser o meu último concerto enquanto aluna oficial do Instituto Gregoriano de Lisboa... e depois saber que correu como correu... É um enorme "...and they lived happily ever after".
Acho que das coisas mais positivas que Erasmus tem é que se passa a ver tudo sob outra perspectiva. Sem as correrias do dia-a-dia, sem os ensaios, sem as reuniões e praticamente sem aulas temos tempo para olhar para dentro e fazer balanços, balanços não planeados de todos os aspectos da vida. O que significou aquilo, o que mudou, o que se manteve. O que se quer a seguir. A família. Os amigos. Os amores assolapados, as paixões platónicas. O que ficou por dizer. O que se quer fazer quando se voltar.
O porquê de muitas coisas volta, e a vida parece que se endireita atrás de nós.
Sem querer agoirar, acho que se morresse agora morria feliz. Não por ter atingido tudo o que quero na vida (que eu defendo que quando se atinge tudo o que se quer na vida é sinal de que se perderam os objectivos) mas porque cheguei a uma fase em que atingi uma tranquilidade de que só se sabe que se precisa quando se atinge. Disse-me um amigo quando me viu agora em Dezembro que lhe pareço "mais mulher". Fiquei a pensar no significado da expressão (isso é outra coisa que acontece quando se cresce - pensa-se demasiado). Não era certamente pela forma como me viu vestida (quanto muito seria o contrário), tinha de ser pela minha forma de estar. Estou mais calma. Estou tranquilamente em paz, porque inconscientemente e sem o planear de repente tive tempo para me resolver a mim própria, para cortar caudas penduradas do passado.
Uma vez um senhor mais velho, sabendo que eu estudava música, perguntou-me qual era o meu compositor favorito. Apesar de achar uma pergunta perfeitamente sádica (é como perguntar a uma criança se gosta mais do pai ou da mãe) respondi automaticamente "Tchaikovsky". E ele esboçou um meio sorriso e respondeu-me, com a calma das pessoas adultas: "Quando eu era mais novo também costumava dizer que era Tchaikovsky... Agora prefiro Bach." E a tranquilidade assegurada na resposta dele deixou-me a pensar... Será que à medida que crescemos vamos ganhando uma segurança nas coisas que são realmente importantes - uma segurança que nos permite escolher passar mais tempo em casa do que a explorar o mundo, que nos faça escolher um calmo e seguro Bach em oposição a um emocional e inquieto Tchaikovsky?
Deve ser isso - tem de ser isso. As pessoas associam a inquietude às crianças e a calma aos adultos. O problema é que eu nunca achei que os "adultos" (na concepção infantil da palavra) fossem calmos - acho-os chatos. Não arriscam, não cometem erros, não se deixam levar. Eu não quero ser isso. Sempre prometi a mim mesma que ia ser uma adulta "fixe". Que nunca ia deixar de fazer o que me apetecia só porque alguém me dizia que "tem de ser", porque "parece mal". E agora que dei por mim "mais mulher" tenho medo de me deixar levar no entorpecimento dos que já são "demasiado velhos para essas coisas".
No fundo acho que há que assumir o crescimento e aproveitá-lo para tomar decisões mais acertadas no futuro. Mas isso não quer dizer que se deixe de arriscar.
28 março 2013
Se isto fosse nos EUA a minha mãe já tinha sido presa
Depois do clássico "Estás demasiado gorda para ter filhos" - frase que eu já podia ter tatuado dadas as vezes que já me foi dita - a minha mãe acabou de me dizer que eu quando voltei de Erasmus estava tão gorda que parecia a Adele.
Amor de mãe <3
19 março 2013
Aqueles dois momentos da manhã duma pessoa
E depois aquele outro momento em que o gabinete está vazio, se pergunta pela pessoa em causa e lhe respondem: "Ah, só vem lá para as 11h, 11h30..."
E a pessoa, com o seu ar de cachorrinho ensopado, contesta incrédula: "Mas ela tinha-me dito que estava cá às 10h..."
Ao que lhe respondem, a rir sadicamente: "Ah ah ah ah... Isso é o que ela diz."
16 março 2013
A minha dúvida é
14 março 2013
IMC
IMC - Índice de Massa Cultural
12 março 2013
A culpa é da Mega FM
Há bocado dei por mim a cantarolar uma música qualquer, e 30 segundos depois apercebi-me de que era Nicki Minaj.
O suicídio é a única saída. É uma questão de honra familiar.
28 fevereiro 2013
Ou eu sou de facto deficiente, ou o dia foi muito longo, ou o prémio era muito mau
24 fevereiro 2013
só porque hoje é noite de Óscares









(roubado daqui)
20 fevereiro 2013
19 fevereiro 2013
Um dia
17 fevereiro 2013
S&M
No shit, Sherlock. Não era preciso ter vindo a Berlim para saber que o Adolfo tinha um fraquinho por ver malta a sofrer.
13 fevereiro 2013
Campo Pequeno
eu: "Sim, obrigada."
senhora: "Aqui tem. Bom apetite!"
eu: "Igualmente!"
senhora: olha para mim indignada
eu: olho para o chão e viro costas lentamente
12 fevereiro 2013
Porque não quero que vos falte nada
[27 Set 2011 - Santa Luzia?]